domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ás escuras

De há 15 dias a esta parte que tenho um fantasma a residir no meu roupeiro andante (mais comummente conhecido em Portugal como walking closet). É um fantasma muito peculiar, da Idade Média e com fortes poderes electro-magnéticos. Sim, o ser do outro mundo decidiu que eu haveria de me trajar diariamente à luz da vela.
A aparição começou por fundir os focos do tecto. Pop, pop, um num dia, o outro no outro. Eu, que desconhecia que o Ser lá tinha fixado residência permanente, fui buscar o escadote para trocar as lâmpadas (sim, porque homens dedicados à bricolage é coisa do passado. Hoje em dia, a pobre esposa extremosa tem de estar habilitada a dominar o berbequim e, se necessário, o martelo pneumático). Troquei as ditas lâmpadas (tarefa que, ás escuras, implica aprofundados conhecimentos de electricidade) mas a coisa não correu tão maravilhosamente quanto esperava. A luz tremelicou durante dois dias e, lá está, ambas as lâmpadas voltaram a falecer. Desisti dos focos e fui buscar um candeeiro de pé à sala. Durou um dia. A avantesma curto-circuitou a forte e poderosa lâmpada do dito candeeiro. Fui buscar nova lâmpada (já só dispunha de uma de 40W) e troquei-a. Closet ficou à média luz durante mais três dias. Posto este período, candeeiro desmaiou e acabou por deixar este mundo para todo o sempre. Já em estado de escassez de candeeiros, fui furtar uma mini-luz da Kitty ao quarto de filha. O óbito de mini-luz de Kitty foi declarado hoje.
Perante esta situação pergunto: Deverei contactar um electricista ou um padre?

P.S. Uma vez que me encontro impossibilitada de coordenar modelitos, se se cruzarem na rua com uma pessoa extremamente mal vestida, essa pessoa serei eu mesma. Ainda assim, podem falar-me...

4 comentários:

  1. Eu aponto para uma avaria no circuito dessa dependência.
    Numa casa onde morei até há três anos, surgiu um problema que durou cerca de cinco anos, queimou, vários aparelhos, incluindo dois vídeos VHS, uma board e uma fonte de alimentação do meu PC, uma Playstation de um vizinho e causou grandes sustos, pois as lâmpadas fluorescentes mantinham-se acesas mesmo depois de desligadas.
    A EDP foi chamada duas vezes e os seus "electricistas de candeeiros a petróleo" concluíram que o problema era em minha casa, mesmo depois de vários vizinhos afirmarem que tinham avarias como eu. Quando o problema surgia (era intermitente), qualquer tomada tinha cerca de 380 volts entre fase e neuto e 120 volts entre neutro e terra, quando era suposto haver 220 volts no primeiro caso e 0 (zero) volts no segundo.
    Como a casa era velha e eu era o único inquilino com renda actualizada, o senhorio estava-se a c@gar para o assunto e um dia resolvi chamar um técnico, através de um serviço que o ACP tem para os sócios e era um cabo do neutro mal apertado, numa caixa na escada.
    Só tenho pena de ter gasto 75€ na reparação e a seguir começar a procurar casa. Devia ter feito ao contrário, mas que se lixe. Eles um dia também morrem, como eu. ahah
    Concluindo: pode ser um mau contacto no neutro desse sector da casa, mas se acreditas em fantasmas, chama um padre, que é mais barato. ahah

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  2. Caro Eng.º Guess, Vamos a uma descrição mais completa. Os focos estão numa fase do quadro eléctrico (do apartamento) respeitante à electricidade de tecto e de parede. Os candeeiros foram ligados nas tomadas do quarto que têm, no quadro (do apartamento), uma fase (é assim que se chama?) diferente. Pelo que, deveriam ser autónomas. Ou não?
    Mas agora fiquei a matutar… De facto, há um outro fantasma a vaguear pela casa… e tem que ver, exactamente, com as luzes fluorescentes. Essas, apagam-se quando se desliga o interruptor, mas, depois, acendem-se e, posteriormente, apagam-se sozinhas (isto acontece desde que nos mudámos para esta casa, há cerca de 8 anos e até já tínhamos desistido do problema porque achámos que servia como um afasta ladrões – parece que está sempre gente em casa…). Nunca causou outro tipo de problemas…
    Será que é tudo a mesma coisa? Ou estou mesmo a precisar de um exorcismo?

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  3. Bolas, nunca mais aqui tinha vindo...
    Pois, eu gostava de poder ajudar, mas a única experiência que tenho, foi ter passado por uma coisa idêntica.
    De facto as fluorescentes acenderem indicia que algo se passa com o neutro. Se o problema acontece com fases diferentes (penso que essa é a descrição mais utilizada, mas não a correta, a não ser que a coluna seja trifásica e isso acontece em edifícios mais modernos, pensooo eu), no caso de ser no neutro acho que pode acontecer.
    Em todo o caso uma inspecção a essa instalação é capaz de não ser má ideia. Uma coisa é certa: se as fluorescentes acendem depois de apagadas, é porque lhes chega tensão. Quer seja através do neutro, quer seja um erro na colocação dos interruptores, cuja interrupção deve ser feita à fase mas que já tem acontecido serem feitos ao neutro, por engano. Assim, quando se corta a corrente, a fase chega às lâmpadas, embora estas não acendam por não haver passagem de corrente. Como o fluor reage à tensão, mesmo não havendo passagem de corrente (como nas chaves busca-pólos), pode ser um erro nos interruptores.
    Uma forma simples de verificar isso, é tirando uma lâmpada do casquilho e, com a luz desligada no interruptor, verificar com um busca-pólos se há energia nos bornes no interior do casquilho.
    E pronto, é só o que posso dizer sobre o assunto.
    Também dou consultas de homeopatia, aconselhamento matrimonial e psicológico. Lei as cartas, benzo o mau-olhado e faço feitiços de todos os géneros.
    Só não adivinho os números do Euromilhões. ahah

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