terça-feira, 9 de maio de 2017

E se fossem vocês a decidir...?

Na semana passada estivemos a fazer entrevistas para o preenchimento de quatro postos de trabalho não qualificado. Trabalho manual, repetitivo, que não necessita de raciocínios particularmente elaborados mas sim de concentração, rapidez e jeito. Estas quatro pessoas novas vão juntar-se a um grupo de cerca de trinta e cinco outros funcionários, pelo que, a capacidade de integração também é um factor a ter em conta Das vinte pessoas chamadas apareceram treze (não foi nada mau) e, das treze, quatro pareceram-nos boas ( o que foi excelente). A última a ser entrevistada ficou ali no limiar. Uma rapariga com vinte e um anos, com um discurso pouco fluido, envergonhada, mas com um sorriso amoroso, que seguramente se integraria sem dificuldade, que talvez fosse "adoptada como mascote", uma vez que a média de idade do grupo é bastante superior. Por comparação com as outras quatro ficou um bom degrau abaixo. Acontece que, quando a acompanhei à saída, a mãe, que a esperava, ficou ali indecisa, sem saber bem o que fazer, mas acabou por pedir para falar connosco. Explicou então que a filha tem um atraso mental (não sei se é assim que se diz, se é politicamente correcto, mas foram estas as palavras utilizadas pela mãe), mas que, se devidamente orientada, se esforça até ao limite para cumprir as tarefas que lhe são propostas, que é voluntária no CAD (Centro de Apoio à Deficiência) que frequentou, só para não estar em casa sem fazer nada, e para, por favor, lhe darmos uma oportunidade - e depois emocionou-se, claro, e eu também, caramba, fiquei ali com um nó horroroso na garganta - que não há ninguém disposto a dar oportunidades aos menos dotados, que temia pelo futuro da filha, que não podíamos imaginar a felicidade que lhe demos só por termos ligado a marcar a entrevista, o entusiasmo em que ficou, que não falou de mais nada nos últimos dias, que se lhe dermos a oportunidade não nos vamos arrepender. 

Os postos de trabalho são quatro, para a escolher vamos ter de preterir uma das outras (que, se esta conversa não tivesse existido, seriam as escolhidas), mas depois de saber toda a envolvente...


84 comentários:

  1. Olá, Palmier. Acho que por alguma razão existe a chamada 'discriminação positiva' e, neste caso, faz sentido aplicá-la. A igualdade nem sempre é dar igual a cada um, pode ser antes dar conforme a sua necessidade.
    Um beijinho e boas decisões :)
    Sofia

    ResponderEliminar
  2. Há problemas sem uma boa solução.

    Se ajuda, tive funcionários inteligentes que faziam um trabalho não muito complexo de forma muito deficitária, desinteressados e inconscientes, esquecendo que uma instalação eléctrica mal executada pode abrir as portas do céu ao cliente. Estes funcionários obrigavam-me a trabalho extra de verificação até serem convidados a dedicarem-se a outra coisa qualquer que lhes suscitasse mais interesse.

    Confesso que me sentiria inclinado a dar emprego à rapariga.
    Desde que a tarefa seja adequada há imensos factores que superam as capacidades cognitivas dos colaboradores.

    ResponderEliminar
  3. - Se a moça é empenhada, se podes fazer a diferença, se achas que vai ser bom para ela e para a empresa, qual é a duvida ?
    Provavelmente as outras terão mais facilidade em arranjar novo emprego...

    ResponderEliminar
  4. Penso que deveria dar uma oportunidade a essa pessoa.

    Sónia Barreto

    ResponderEliminar
  5. Isso é complicado, quando junta a emoção. Mas porque não nos devemos levar às vezes pelo coração? Porque não dar uma oportunidade à moça?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Porque se fosse a Anita a ser preterida, certamente não ia gostar muito.
      Acredito que, ainda assim, seja uma decisão complicada.

      Eliminar
  6. Querida Palmier, essa jovem terá certamente um factor extra em relação aos restantes candidatos...pelas suas dificuldades, por ver sempre as portas fechadas, a sua motivação para executar as tarefas, para não desiludir, será superior...e muitas vezes são pessoas assim, que não atinguem as maiores classificações, que poderiam ser mais produtivas, mais empenhadas, mais motivadas...contribuir para mudar um pouco o rumo das coisas...

    ResponderEliminar
  7. Responsabilidade social. Eu contratava a miúda mais nova. Por um lado, porque tem capacidade para fazer o trabalho proposto. Por outro, porque se não ficar convosco terá uma dificuldade acrescida em integrar-se no mercado de trabalho, derivada da sua "deficiência", que as preteridas não têm.

    Nem sequer se trata de te emocionares com a história (eu emocionei-me, evidentemente), mas porque acredito mesmo - e tenho essa experiência - que dar um trabalho adequado a pessoas com menos capacidades faz por elas e pelas empresas (estrutura global, chefias e pares) e pela sociedade em geral muito mais do que imaginamos, seja do ponto de vista económico seja do ponto de vista humano.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu concordo com isto.
      Além disso, um dos maiores factores para um trabalho bem executado é a motivação das pessoas pelo trabalho em si. Desde que o problema dela não interfira com a capacidade para realizar o trabalho (não parece ter) é precisamente a pessoa certa para o local. Quem tem mais capacidades a longo prazo tende a desanimar, a perder interesse e a motivação o que mais dificilmente acontece a quem está num posto adequado às suas capacidades cognitivas.

      Não vou dizer que vai ser muito fácil para uma das outras pessoas encontrar um trabalho pois na actual conjuntura nem sempre o é mas será certamente muito mais dificil para essa rapariga encontrar um local de trabalho que seja à sua medida e onde ela possa dar o seu melhor e ser competente.

      Eliminar
  8. Politicamente correto ou não o que vou escrever... A noção de gratidão pela oportunidade dada pode ser um importante fator de motivação, que se traduzirá num empenho maior em desempenhar as funções, e que pode compensar o tal degrau de diferença em relação às outras quatro candidatas.

    ResponderEliminar
  9. Vou ser muito directa. Dá-lhe uma oportunidade. Talvez te surpreendas.

    ResponderEliminar
  10. E terá, com certeza, a funcionária mais diligente e esforçada, com mais entusiasmo e mais vontade de vestir a camisola!

    Sábia decisão, Palmier. Que os anos nunca lhe pesem!

    Bem-haja

    ResponderEliminar
  11. Ui.
    (estás muito tramada, não estás?)

    ResponderEliminar
  12. A minha filha anda num colégio que contrata pessoas com deficiência mental para trabalhos que, como dizes, não necessitam de raciocínios elaborados. Comove-me a alegria desses trabalhadores, quando os vejo, normalmente nos dias de festa no colégio ao sentirem-se parte de um grupo de trabalho a levarem as suas responsabilidades por pequenas que sejam muito a sério.
    Compreendo que um empresário tem que se gerir também por outros princípios mas a caridade e a bondade também são valores a ter em conta.
    Tudo isto para dizer que eu contratava a menina em causa. As outras terão certamente mais oportunidades e está dificilmente terá mais alguma. Se tivesse eu esse poder e não a contratasse ficaria com um grande peso na consciência.

    ResponderEliminar
  13. ".... mas depois de saber toda a envolvente...."
    Qual a dúvida?!!
    É esforçada. Não é miúda de estar em casa à espera que alguém lhe arranje solução para a vida!
    É voluntária caramba!
    Não quer dizer que os outros não mereçam, mas esta, vai ter concerteza muito poucas oportunidades de se deparar com alguém como a Palmier que se emocionou com a situação e aceitou inclusivé falar com a mãe!


    ResponderEliminar
  14. Segue o teu coração. Ele é sempre melhor conselheiro do que a cabeça.
    (Os outros têm muitas mais oportunidades à espera - desde o nascimento. Se não é justo com eles? Pois não, mas a vida não é justa. Basta olhar para ela.)

    (Já para não falar dos apoios à contratação de pessoas com deficiência, mas isso também sabes.)

    ResponderEliminar
  15. Palmier, que nó no estômago, ainda que as coisas não sejam assim tão lineares, mas se o trabalho não exige raciocínios elaborados, dêem-lhe essa oportunidade. Infelizmente sei como as coisas funcionam e a miúda tem de começar por algum lado.

    ResponderEliminar
  16. Essa rapariga vai esforçar-se mais que as outras, vai fazer horas extraordinárias sem querer saber se são pagas ou não, podemos até apostar que não se vai sindicalizar nem vai precisar de pausas para café e cigarro, não vai demorar-se a falar de bola às segundas de manhã.

    Qual é a sua dúvida?...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :DDDDD

      Se tivesse um patrão gostaria que fosse como o Pipoco.

      Eliminar
    2. (o arquétipo do patrão fofinho :DDDDDDDDDDD)

      Eliminar
    3. Sindicalistas e malta do BE assim em geral a aparecer em 3, 2, 1...

      Eliminar
    4. Sindicalistas e malta do BE, por mais que não gostem das reivindicações deles, até costumam ser pessoas inteligentes e que têm capacidade para perceber o Pipoco. Essa do blá blá blá a aparecer em 3,2,1... é tão season passada, vá lá, actualize-se. O blog da pipoca mais doce é ali ao lado.
      (e não, não sou bloquista)
      Espero que a contrate Palmier, como já alguém disse aqui, essa rapariga precisa de autonomia, de uma oportunidade para que a vida dela não dependa da mãe (ou pais), claro que quem for eliminado também terá uma vida, poderá estar imensamente necessitada, mas certamente irá ter sempre mais oportunidades do que ela.

      Eliminar
    5. Tenho o mestrado em Gestão de Recursos Humanos e face ao que descreve do lugar a ocupar e da rapariga só posso dizer: contrate-a. Vai ser a mais motivada da equipa e a motivação num recurso humano faz milagres. Enquanto as outras se irão embora assim que surgir outra coisa mais aliciante, essa vai ficar e você investiu nela. É só a minha modesta opinião. Podia argumentar mais mas resumindo é isto. E não tem nada haver com dar oportunidades e não discriminar. Vale o que vale mas temos sempre de adequar as motivações e qualificações das pessoas às funções.

      Eliminar
  17. Eu escolheria-a, obviamente. Mas também me ficaria a perguntar qual seria a história de vida da pessoa eliminada...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Haja alguém...!

      Eliminar
    2. A pessoa eliminada, muito provavelmente, ainda nem sabe que estavas em vias de ser a escolhida, como tal, também não terá percepção e o conhecimento de que ficou para trás.
      Mas, em todo o caso, não seria exatamente a mesma coisa se ficasse de fora a miúda? Estaríamos sempre perante uma decisão.
      Independentemente da história, e das insuficiências cognitivas, se ela não fosse a escolhida, não seria exatamente o mesmo, ser ela ou ser outra?
      Alguém tem de ficar de fora, fica sempre.

      Eliminar
    3. Concordo.
      Se se escolhe as pessoas pela sua historia de vida, quem ganha o concurso do mais desgraçado(a) ? Como se define isso ?

      Eliminar
  18. Pois... Eu entendo. Por um lado queres ajudar, por outro lado queres escolher os melhores... Eu optaria por ajudar a jovem, admito, pois há coisas que me parecem mais importantes do que ter um melhor currículo... se efectivamente é esforçada como a mãe diz, certamente vai correr bem!

    ResponderEliminar
  19. Se fosse eu a escolher, certamente daria uma oportunidade a esta jovem.
    Infelizmente, ha muito preconceito e as "pessoas diferentes" sao sempre preteridas.

    ResponderEliminar
  20. "que talvez fosse "adoptada como mascote", uma vez que a média de idade do grupo é bastante superior."
    Acho que tem aqui uma oportunidade de dar uma vida a alguém que noutra empresa nem seria chamada para um entrevista, como disse a mãe. A pessoa preterida de certeza que terá mais oportunidades....Beijinho

    ResponderEliminar
  21. Contrate-a Palmier!
    Uma das pessoas que vão ser deixadas de fora com certeza será expedita e diligente para encontrar outro posto de trabalho, mas essa rapariga talvez não...
    Pense só no bem que vai fazer. Isso não tem preço!
    E, ainda por cima, com certeza que há-de vir a ser boa funcionária.
    Não tenha medo... Go Palmier!

    ResponderEliminar
  22. A decisão é muito dificil.Pessoalmente, talvez acabasse por escolher mesmo esta, especialmente pelo contorno pessoal (a mãe a acompanha-la e a defende-la é bom sinal, é sinal que isto é fundamental na vida dela, que dá valor a este trabalho).
    Alguém vai acabar sempre por ficar para trás (é mesmo assim) e é certo que não sabemos o que se passará na vida das outras pessoas, o que também poderia relevar. Mas neste caso, será que esta, pelos problemas que tem, voltará a ter uma outra oportunidade destas ? em que tem a oportunidade de se integrar num trabalho que pode, de facto, fazer ? É discriminação, sim, mas da positiva.
    sorte.
    AMC

    ResponderEliminar
  23. Trabalhei numa empresa onde trabalhava um jovem (olá Mirone!) com trissomia. Não era ágil e tinha dificuldade na fala, mas cumpria o seu serviço. Sempre sereno e educado.
    Hoje é um homem. Da última vez que o encontrei estava desempregado, tinha namorada e vivia com ela. Estava feliz.
    Sempre admirei a mãe dele, apesar que não a conhecer pessoalmente, por ter dado autonomia aquele rapaz e admirei a decisão de o admitir no trabalho. Até porque conheço de perto outra situação de alguém com "um pequeno atraso" (não sei se é correto dizê-lo) que por ter sido demasiado protegida, sempre em casa, sempre em família, sempre ao cuidado de alguém, hoje é uma mulher totalmente dependente e sem autonomia, que não sei o que será do seu futuro assim que, eventualmente, perca os pais.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :)))))))

      (Eu referia-me a tratamento directo, como em "jovem, tens mais de 28 anos e procuras uma carreira de sucesso?" Ou "Jovem, vem experimentar a novos sabores dos nossos hambúrgueres")

      Eliminar
  24. Não hesitem, Palmier... Mesmo do ponto de vista do empregador e dos resultados... Não hesitem...

    ResponderEliminar
  25. A dúvida será qual das outras preterir? Se sim, pensa naquela que mais depressa se aborreceria nessas funções ou a que não está na sua área e continua à procura de outra coisa e que não teria qualquer problema em abandonar esse posto.
    Dá uma oportunidade à rapariga :)

    ResponderEliminar
  26. Eu contratava-a sem hesitações. Essa menina vai ser esforçada e dedicada e vai valorizar o seu posto de trabalho, que muito provavelmente vai estimar a longo prazo.
    Se a restante equipa a tratar com respeito e carinho e a ajudar a integrar-se, vão todos sentir um orgulho imenso.
    As outras terão outras oportunidades mais facilmente. Essa merece a oportunidade de trabalhar com uma pessoa bem formada como a Palmier. Aposte nela e depois conte-nos por favor.

    ResponderEliminar
  27. Sim, sim, sim. Podes até, se estiveres mesmo aflita com trabalho, e puderes, dar emprego às 5 pessoas.
    De certeza que não te vai arrepender. Vai!

    ResponderEliminar
  28. Para as outras será um trabalho, para ela um emprego. E isso fará toda a diferença.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ao contrário. E é isso que fará toda a diferença.

      Eliminar
    2. Tenho de concordar com o anó. 13:43, na verdade é ao contrário.
      A diferença é que as outras pessoas, assim esperemos, terão mais oportunidades no mercado de trabalho.

      Eliminar
    3. Enganei-me, desculpem,. Julguei que um emprego teria mais futuro. E é isso que ela precisa, de um futuro.

      Eliminar
    4. Desta vez acertou. Um emprego tem mais futuro. Infelizmente. É por isso que andam aí tantos à procura de emprego e tão poucos à procura de trabalho. Mais: eu até diria que é por isso que anda aí tanto desemprego. Basta ver o que disse a Palmier: "Das vinte pessoas chamadas apareceram treze". A Palmier assume que não foi nada mau. É porque sabe o que a "casa" gasta neste domínio.

      Eliminar
  29. Irás tomar a decisão acertada... por vezes vale a pena arriscar em alguém diferente, podem trazer grandes mais valias!

    ResponderEliminar
  30. Eu daria uma oportunidade à miúda. O pior que pode acontecer é daqui a algum tempo ter de contratar uma das outras. Mas pelo menos ela teve a oportunidade!

    ResponderEliminar
  31. No local onde trabalho foi dada uma oportunidade a um rapaz assim. Faz tarefas mais simples mas está super motivado, todos gostam dele e serve de exemplo para muitos outros muito mais dotados. Se rende como os outros? Não, mas não faz mal. Avança Palmier :)

    ResponderEliminar
  32. Bolas, até meu deu vontade de a contratar eu!
    É impossível não contratar após essa conversa com mãe, não é?
    Boa sorte Palmy!

    Máxima

    ResponderEliminar
  33. Escolhia as outras para essas vagas e criava uma vaga só para ela, mesmo que fosse um part-time apenas, um estágio especial, para que, quem sabe, um dia estivesse à altura de ir para uma vaga dessas com toda a propriedade, ou concorrer a outro sitio.

    ResponderEliminar
  34. Se acha que a miúda consegue, não hesite! De Mãe para Mãe, pense o que isso significará para aquela família. Não só pela miúda mas pela Mãe.

    ResponderEliminar
  35. Se a jovem é adequada à tarefa em questão, penso que a deveria contratar.

    É muito difícil às pessoas com necessidades educativas especiais encontrarem emprego devido ao preconceito, não às suas capacidades.

    ResponderEliminar
  36. Trabalho num local onde sempre se contrataram pessoas com deficiência. Já tivemos cegos no atendimento telefónico, uma rapariga com síndrome de Down e jovens com pequenas deficiências cognitivas.
    Todos eles se integraram lindamente e alguns ainda estão connosco.
    A oportunidade que dará a essa rapariga será com certeza um óptimo passo para a sua autonomia. Eu não hesitava.

    ResponderEliminar
  37. Para a tarefa em causa e só me baseando naquilo que diz aqui, o mais importante vai acabar por ser a motivação da colaboradora.
    Se ela ficou no limiar é porque à partida terá as competências mínimas para a função e aquilo que a pode tornar melhor que as outras, será efetivamente a motivação!

    ResponderEliminar
  38. Claro que sim! A funcionária mais eficiente que tive deslocava-se numa cadeira de rodas; era empenhada, altamente motivada, sempre pronta para trabalhar! E se tu não deste pelo "atraso mental" da "piquena" é porque não é nada do outro mundo. E mais, que eu acho sempre um ponto positivo, tem uma mãe interessada.

    ResponderEliminar
  39. Cá beijinho Palmy!
    Fico aqui a torcer pela miúda, para que suba esse degrau rapidamente e te faça ver que foi a melhor escolha!

    ResponderEliminar
  40. Enviei-lhe um email. Tenho alguma experiência nessa área e muito gosto em partilhá-la.

    ResponderEliminar
  41. E já que partilhou connosco essa indecisão, partilhe também a sua resolução!

    ResponderEliminar
  42. Palmier, se o receio é estar a preterir uma futura boa profissional, privilegiando uma história que a comoveu para proceder a uma contratação, não deixando isto de configurar uma injustiça, não tenha esse receio, quase de certeza que essa rapariga vai ser uma excelente profissional, até pelo tipo de tarefa que descreve, uma dificuldade que as pessoas com percentagem de incapacidade a nível cognitivo podem ter é o facto de desorientarem-se, baralharem-se, ficarem confusas, se lhes forem pedidas várias coisas ao mesmo tempo ou se tiverem de andar a passar de tarefa diferente para tarefa diferente, agora, uma vez explicada em condições a tarefa que vão ter de desempenhar, pode estar certa de que terá aí uma das suas melhores profissionais nessa tarefa (não estou a falar de cor :-))

    ResponderEliminar
  43. " O DINHEIRO! O DINHEIRO!"

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. (Era um momento "Amiga Olga", certo? :DDDDDDDDDD)

      Eliminar
    2. :DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD

      (depois de ler ambos os posts, o teu e o do Pipoco, foi o que me ocorreu)

      Eliminar
  44. Trabalho com pessoas com Deficiência mental há 26 anos e já integrei algumas, no mercado trabalho, felizmente todas com muito sucesso. Não conhecendo essa rapariga, são pessoas muito empenhadas e que normalmente não se importam de fazer tarefas rotineiras, muito pelo contrário, podem não ter iniciativa ou capacidade de decisão mas tb isso não vai ser exigido. Quanto à rapidez e mais uma vez não conhecendo a rapariga será preciso ver se isso lhe causa alguma ansiedade ou se ela até á rápida e se causar ansiedade ir dando tempo e criar condições para ela aumentar a rapidez sem ser frustrante.
    Parabéns por estarem a ser solidário e inclusivos....estas pessoas também merecem como todos nós!
    Vanda

    ResponderEliminar
  45. Acho que vou ser a politicamente incorreta aqui do sítio mas cá vai.

    Não tenho uma resposta absoluta, e de certeza que não acho que a solução absolutamente certa é contratar "de certeza".

    Antes que me atirem pedras, e sei que vou parecer cruel, o que eu penso é que:

    - sem saber que a rapariga tem um "atraso mental"e de modo imparcial achou que havia efectivamente 4 pessoas que faziam o trabalho melhor, então, apesar de entender a situação, que é comovente, acho que é injusto para as outras não terem essa oportunidade; isto porque desvirtua aquilo em que acredito, o mérito e a competência para fazer algo. Sei que sou uma crédula, mas acredito mesmo na meritocracia. E perversamente, aquilo que a mae da miúda fez foi "meter uma cunha" atráves da vitimização e da adulação. porque aqui a questão para mim fundamental é que a palmier quando as entrevistou não a colocou efectivamente ao mesmo nível (e falo de competência para e não de inteligência ou algo do género). E isso para mim faz diferença. Se estivesse ao mesmo nível aí sim, acredito na descriminização positiva que aqui foi falado.

    Mas apesar de parecer não sou cruel. Acho que há alternativas, sem este tipo de "cedências". Pode ser colocar as outras 4 e esta menina faze-lo também, ou criar um estágio, ou part time.

    Eu não acredito na historia de "as outras rapidamente arranjam trabalho" ou "esta por ser assim terá mais motivação que as outras". Para mim é preconceito, e seja positivo ou positivo não embarco nisso .

    De qualquer maneira não acredito que haja apenas uma resposta correcta. Segue os teus valores e crenças.

    Obrigada pela partilha (gosto sempre de reflectir sobre estes assuntos)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. (a questão é que uma pessoa com uma deficiência deste tipo nunca concorre em igualdade de circunstâncias...)

      Eliminar
    2. Espiral, somos duas. Acho incrível que o contar de uma história tenha tanto peso numa escolha que já tinha sido imparcialmente feita antes. No fundo, quem vai ajudar é a que não fica empregada e essa nem sabe de nada, nem lhe deram a escolher. E que história terá essa pessoa? Por que problemas estará a passar? Toda a gente tem a sua história.

      Eliminar
    3. (acabaram por ficar as cinco... mas se só pudesse ter escolhido quatro, teria efectivamente escolhido esta rapariga)

      Eliminar
    4. (só agora li o teu comentário Palmier.....)

      Eliminar
    5. Palmier, eu amo-a. Quero pô-la na minha parede. Quando vender quadros para fora, já sabe.

      Eliminar
    6. :DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD

      Eliminar
    7. Só vi agora que afinal colocou as 5. Sinceramente parabéns pela atitude, espero que as 5 sejam muito competentes no seu trabalho e todas mereçam a oportunidade dada.

      Eliminar
    8. Queria só acrescentar uma coisa relativamente ao referido pela Espiral: ela não se destacou na entrevista como as restantes. Não sabendo os contornos da entrevista em si, habitualmente é muito complicado para alguém com um défice intelectual conseguir distinguir-se numa entrevista de trabalho, o que não interfere nada com a sua capacidade de realizar tarefas rotineiras e repetitivas.

      Eliminar
  46. Conheço mais do que um caso em que fazem "Trabalho manual, repetitivo, que não necessita de raciocínios particularmente elaborados mas sim de concentração, rapidez e jeito.". Não é nada correcto dizê-lo mas, pessoas com défice cognitivo ligeiro (como parece ser o caso), são das melhores a executar este tipo de funções.
    Terá uma colaboradora dedicada e grata pela oportunidade, que não a deixará ficar mal. Vá por mim. Por todos nós, que aqui comentámos o post.
    PS: E daqui a uns meses estará a fazer um post espectacular cheio de comentários ainda mais espectaculares!! ;)

    ResponderEliminar
  47. Eu escolhia a funcionário com o handicap. Se o posto não requer destreza de raciocínio e se bem orientada, vai provar ser mais capaz do que muitas outras, até porque vai ter mais dificuldade em entender as más práticas depois de ter una orientação adequada. Trabalho com pessoas com deficiências que são bons tesbalhadires se o termo dd comparação forem os ditos normais.

    ResponderEliminar
  48. Já estou há algum tempo fora do mercado de trabalho mas creio que ainda há um período experimental, não? Contratava as 5 e, no fim desse período, logo decidia quem não correspondia ao perfil.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Palmier, já li que acabou por contratar as 5. Vá-nos dando noticias sobre o desempenho das raparigas ;)

      Eliminar
  49. Quando se junta a parte emocional fica complicado :(
    No entanto, por que não dar uma oportunidade à rapariga com vinte e um anos?
    A não ser que aches que de facto não consegue mesmo mesmo realizar o trabalho em questão..
    Podes sempre perguntar se estaria disponível um ou dois dias para conhecer o tipo de trabalho que irá executar e daqui vais poder ver duas coisas: se de facto está à altura da função e se a pessoa gosta mesmo do que está a fazer.
    Força! Que a decisão seja a melhor ;)

    ResponderEliminar
  50. Dava uma oportunidade à menina com deficiência, para ajudar a promover a sua autonomia e autoestima. Poderia ser injusto para uma das candidatas preferidas, mas, mesmo assim, escolhia-a.

    ResponderEliminar
  51. Sou mãe de uma menina com uma "simples" dislexia. Como tem mais dificuldades que os restantes em sala de aula, não imagina a alegria dela sempre que é das melhores noutras matérias.Se lhe são um papel de destaque na festa da escola, fica feliz por estar a desempenhar bem um papel importante e por merecer os comentários de louvor dos colegas. Foi a protagonista uma vez e, certamente, haveria mais meninas óptimas para o papel. A diferença é o impacto que isto teve na sua autoestima, que bem precisava. Isto para dizer que, muitas vezes, as pessoas que apresentam mais dificuldades precisam da empatia dos outros para as ajudarem na sua caminhada (muitas vezes)penosa. Não é caridade, é humanidade. Por isso, Palmier, fico feliz que tenha dado uma oportunidade a esta candidata.

    ResponderEliminar
  52. Não a conhecendo, fiquei muito orgulhosa de si pela sua decisão. Muito contente.

    ResponderEliminar
  53. Só agora li o comentário com a resoluçăo! :D A sua atitude é de louvar, querida Palmier. Dê-nos notícias daqui a uns tempos... E quanto a si, que a vida lhe continue a sorrir...com a sua grande obra, com as suas pinturas, pessoal e profissionalmente. Um grande beijinho querida Palmier

    ResponderEliminar